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A poluição ambiental e sua agressividade

Poluição AmbientalDurante a primavera ocorre, com relativa frequência, o fenômeno da inversão térmica, que aumenta a concentração dos poluentes no ar atmosférico. A contaminação do ar nos grandes centros urbanos é a principal causa de agressão ao aparelho respiratório, particularmente ao nariz. Com efeito, o nariz é o primeiro órgão desse aparelho a entrar em contato com o ar inalado e seus poluentes, que são depositados durante a inspiração na cavidade nasal, principalmente no muco que reveste o nariz. Depois são absorvidos pela mucosa nasal, provocando diversas enfermidades.

O nariz é um órgão maravilhoso, com função de filtrar e purificar o ar inalado. Assim, o ar atravessa as vias aéreas, sendo progressivamente purificado e condicionado, isto é, umidificado, aquecido ou resfriado, para chegar aos pulmões sem impurezas e fisiológico (temperatura de 37°C e 100% de umidade). Isso é possível graças ao estreitamento da cavidade nasal, que apresenta dois milímetros de largura, o que facilita as trocas de calor e de substâncias. Um dos mais efetivos mecanismos de limpeza do nariz é o espirro, que é uma exalação explosiva após inalação profunda.

Os cílios e o muco do nariz (um litro/dia) também são fundamentais na proteção do órgão. Os poluentes ambientais agridem diretamente a mucosa do nariz no local de deposição ou através da absorção desses tóxicos. O ar é constituído por quantidades fisiológicas de oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e água. É considerado poluente o aumento na concentração dessas substâncias, que tornam o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar das pessoas, danoso à fauna e flora e à atividade normal da comunidade.

O nível de poluição do ar é medido pela quantificação das substâncias poluentes, e divulgados através de aparelhos nas grandes cidades. Os poluentes são de dois tipos: extra ou intradomiciliar. Entre os extras estão a poeira, formada por partículas com diâmetro equivalente ou inferior a 100 rnrn, e composta por esperes. pólens, escamas de pele, bactérias, fumaça de cigarro, óleo, partículas do solo em suspensão e fumaça de combustão, além dos gases (monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, hidrocarbonetos, aldeídos, etc). O carbono e o enxofre são irritantes da mucosa respiratória e quando absorvidos diminuem os reflexos e a visão.

Os hidrocarbonetos provocam câncer e as substâncias minerais causam reações tóxicas. O gás ozônio irrita os olhos, reduz a capacidade pulmonar, agrava as doenças respiratórias e provoca envelhecimento precoce, enquanto o nitrogênio é um poderoso irritante das vias respiratórias, além de causar câncer. O perigo da poluição intradomiciliar foi reconhecido desde o início dos anos 70, sendo, inclusive, criado o termo “síndrome do prédio doente”, com a finalidade de caracterizar a péssima qualidade do ar nos edifícios modernos. Os contaminantes do ar no domicílio são as bactérias, ácaros. esporos de fungos, restos de animais e pólens, além da fumaça de cigarro, fibras de asbesto e produtos da combustão de óleos e gases.

A fumaça de cigarro é o principal poluidor dentro do domicílio, pois 75% ficam no meio ambiente, com uma concentração de carcinógenos e irritantes maiores que a inalada. Tal poluição provoca sintomas nasais (coriza. prurido, espirros, etc), oculares (congestão, coceira, etc), respiratórios (asma, bronquite, etc), pele seca, cefaléia e cansaço físico ou mental. O nariz está preparado para filtrar e purificar o ar inalado, porém, a má qualidade do ar vence todas as barreiras defensivas do órgão, provocando rinites química e alérgica, tumores, sinusite, perfuração do septo nasal e doenças pulmonares.

As pessoas respiram de 10 a 15 mil litros de ar por dia, sendo que cada litro contém milhões de partículas em suspensão, assim como compostos orgânicos voláteis e gases. Por isso, nos últimos anos a degradação do meio ambiente está cada vez mais valorizada. Com efeito, o ar que respiramos é precioso demais para ser deteriorado pela insanidade do homem e pela ganância da industrialização. O ar precisa voltar a ser respirável, a qualquer custo, sob pena do uso obrigatório de máscaras de oxigênio, como no Japão, que transformam lentamente o ser humano num autêntico E.T.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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